Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) que, no Brasil, se designa oficialmente também por Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), é uma infraestrutura que trata as águas residuais de origem doméstica e/ou industrial, comumente chamadas de esgotos sanitários ou despejos industriais , para depois serem escoadas para o mar ou rio com um nível de poluição aceitável através de um emissário, conforme a legislação vigente para o meio ambiente receptor.
Tratamento Preliminar - remoção de grandes sólidos e areia para proteger as
demais unidades de tratamento, os dispositivos de transporte (bombas e
tubulações) e os corpos receptores. A remoção da areia previne, ainda, a
ocorrência de abrasão nos equipamentos e tubulações e facilita o transporte
dos líquidos. É feita com o uso de grades que impedem a passagem de trapos,
papéis, pedaços de madeira, etc; caixas de areia, para retenção deste
material; e tanques de flutuação para retirada de óleos e graxas em casos de
esgoto industrial com alto teor destas substâncias.
Tratamento Primário - os esgotos ainda contém sólidos em suspensão não
grosseiros cuja remoção pode ser feita em unidades de sedimentação,
reduzindo a matéria orgânica contida no efluente. Os sólidos sedimentáveis e
flutuantes são retirados através de mecanismos físicos. Os esgotos fluem
vagarosamente, permitindo que os sólidos em suspensão de maior densidade
sedimentem gradualmente no fundo, formando o lodo primário bruto. Os
materiais flutuantes como graxas e óleos, de menor densidade, são removidos
na superfície. A eliminação média do DBO é de 30%.
Tratamento Secundário - processa, principalmente, a remoção de sólidos e
de matéria orgânica não sedimentável e, eventualmente, nutrientes como
nitrogênio e fósforo. Após as fases primária e secundária a eliminação de DBO
deve alcançar 90%. É a etapa de remoção biológica dos poluentes e sua
eficiência permite produzir um efluente em conformidade com o padrão de
lançamento previsto na legislação ambiental. Basicamente, são reproduzidos
os fenômenos naturais de estabilização da matéria orgânica que ocorrem no
corpo receptor, sendo que a diferença está na maior velocidade do processo,
na necessidade de utilização de uma área menor e na evolução do tratamento
em condições controladas.
Tratamento Terciário - remoção de poluentes tóxicos ou não biodegradáveis
ou eliminação adicional de poluentes não degradados na fase secundária.
Etapa de Desinfecção - grande parte dos microorganismos patogênicos foi
eliminada nas etapas anteriores, mas não a sua totalidade. A desinfecção total
pode ser feita pelo processo natural - lagoa de maturação, por exemplo - ou
artificial - via cloração, ozonização ou radiação ultravioleta. A lagoa de
maturação demanda grandes áreas, pois necessita de pouca profundidade
para permitir a penetração da radiação solar ultravioleta. Entre os processos
artificiais, a cloração é o de menor custo, mas pode gerar subprodutos tóxicos,
como organoclorados. A ozonição é muito dispendiosa e a radiação
ultravioleta não se aplica a qualquer situação. O desenvolvimento tecnológico
no tratamento de esgotos está concentrado na etapa secundária e posteriores.
Uma das tendências verificada é o aumento na dependência de equipamentos
em detrimento do uso de produtos químicos para o tratamento. Os fabricantes
de equipamentos para saneamento, por sua vez, vêm desenvolvendo novas
tecnologias para o tratamento biológico.
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